Paz e Não Violência no Contexto Familiar: Presidente da CNDHC apela a especial proteção das crianças, mulheres e idosos

O apelo foi feito no âmbito do ato de abertura da conferência sobre a “Cultura da Paz e Não Violência no Contexto Familiar”, que decorreu no passado dia 8 de Dezembro de 2017 na Cidade da Praia, promovida pelo Instituto Cabo-verdiano para a Igualdade e Equidade do Género.

Durante a sua intervenção, a Presidente da Comissão Nacional para os Direitos Humanos e a Cidadania, Zaida Morais de Freitas, afirmou que “os atuais índices de violência nos inquietam e atentam contra importantes princípios dos direitos humanos, como a liberdade, a segurança e até a vida”.

Referiu ainda que, apesar dos avanços a nível legislativo, “a violência em contexto familiar é ainda uma realidade muito presente e interpela a uma profunda reflexão por parte dos responsáveis pela execução de políticas públicas, organizações governamentais e da sociedade civil e cidadãos em geral”.

Neste particular, apelou a uma especial atenção para a proteção de crianças, mulheres e idosos, que têm sido as maiores vítimas de situações de violência familiar, o que interpela a “repensar o papel da família na prevenção da violência e promoção da cultura da paz na sociedade em geral”.

Neste processo, reconheceu que as confissões religiosas desempenham um importante papel, contribuindo para a transmissão de mensagens de sensibilização com vista à educação para a paz no seio familiar. “Apesar das diferenças, os princípios da maior parte das confissões religiosas reconhecem a paz como valor universal, pelo que, pelo poder de influência que têm junto das comunidades, são aliadas incontornáveis e podem contribuir para que a nossa sociedade seja cada vez mais justa, fraterna, solidária e, sobretudo, pacífica”, rematou a Presidente da CNDHC.

Zaida Morais de Freitas concluiu, afirmando que a mudança de paradigma em relação à violência em contexto familiar requer a participação de todos os atores sociais, incluindo família, movimentos sociais, organizações políticas, instituições educativas, ONG’s, entre outros.

Além da Presidente da CNDHC, o ato de abertura contou com as intervenções da Presidente do ICIEG, Rosana Almeida; da Coordenadora Residente do Sistema das Nações Unidas em Cabo Verde; do Embaixador dos Estados Unidos da América em Cabo Verde, Donald Heflin; e do Presidente da Assembleia Nacional, Jorge Santos.

Seguiu-se a apresentação das comunicações do Cardeal Dom Arlindo Furtado e do Superintendente David Araújo, que exemplificaram como é que as confissões religiosas que lideram têm trabalhado para promover a paz no seio familiar. Posto isso, abriu-se o debate, com uma intensa participação do público presente, constituído por representantes de instituições públicas e privadas, sociedade civil, confissões religiosas, entre outros.